quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Vida, amor e poesia


(aos amigos poetas Gildemar Pontes e Eliton Meneses)

                                                                     

Nossa vida, sorte ou sina,

Uma chama pequenina

Se acende quando nascemos.

Com toda a força que temos

E com tudo o que sentimos

Mantê-la acesa, queremos

Mas, por mais que nós lutemos,

Finalmente, sucumbimos.


E assim, anos a fio

Num imprevisível navio

Sem leme, vela nem remos

Para o mar, todos descemos 

Por um rio sinuoso,

A nossa chama, mantendo

Por nossa vida, temendo

Rumando ao mar tenebroso.


No mar, a primeira vaga

A débil chama apaga

E assim, nós todos morremos

Por mais que nos esforcemos.

E o que sobrou da descida?

Só os amores que vivemos

E a poesia que escrevemos

É o que restou desta vida!        

(Fortaleza, Ceará, 18/09/2020)


Ricardo Emílio Nogueira

(um engenheiro que ama literatura e música)

Um comentário:

Unknown disse...

Valeu, grande poeta! Obrigado!!