domingo, 16 de dezembro de 2018

ÉDIPO REI


"Édipo, filho de Laio, rei de Tebas, e de Jocasta, é abandonado quando bebê porque um oráculo anunciou ao pai que o filho ainda não nascido seria seu assassino. Ele é salvo e cresce como filho do rei numa corte estrangeira, até que, incerto quanto à sua origem, também interroga o oráculo e dele recebe o conselho de evitar a pátria, pois se tornaria o assassino de seu pai e o marido de sua mãe. No caminho que o leva para longe de sua suposta pátria, ele encontra o rei Laio e o mata numa luta travada rapidamente. Depois chega a Tebas, onde resolve os enigmas da esfinge que obstrui o caminho e, em gratidão por isso, é escolhido rei pelos tebanos e presenteado com a mão de Jocasta. Ele reina por longo tempo em paz e com dignidade, gerando dois filhos e duas filhas com a mãe que não conhece, até que irrompe uma peste que leva os tebanos a interrogarem o oráculo novamente. É neste ponto que começa a tragédia de Sófocles. Os mensageiros trazem a resposta de que a peste cessará quando o assassino de Laio for expulso do país. Mas onde estará ele?

                                                       Onde acharemos 
                             algum vestígio desse crime muito antigo?


A ação da peça não consiste em outra coisa senão na descoberta gradativa e engenhosamente retardada – comparável ao trabalho de uma psicanálise – de que o próprio Édipo é o assassino de Laio, mas também o filho do assassinado e de Jocasta. Abalado pelo horror que cometera sem saber, Édito cega a si mesmo e deixa a pátria. O oráculo está cumprido."
(Sigmund Freud. in A interpretação dos sonhos, Vol. 1. L&PMPocket. pp. 283/384) 

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