Fitava o horizonte acabrunhada,
Olhos postos no azul do fim do dia;
Outrora fora bela; ora, engelhada;
Não mais tinha na face a alegria.
Seguia pela rua desdenhada,
Sem descerrar o véu da agonia.
Sentia-se amiúde importunada
Por encômios envoltos de ironia.
Não tirava do espelho a sua cara;
A si mesma era tudo o que amara;
Tinha sempre na mão o que queria.
Tinha sempre na mão o que queria.
Fora jovem, feliz, beleza rara,
Mas na vida passou tão ignara
Mas na vida passou tão ignara
Que perdeu-se na própria fantasia.
Eliton Meneses
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