quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO!



Aos leitores deste humilde diário, àqueles que o acessam de perto ou de longe, aos que nos enviam e-mails, àqueles que permanecem silentes, espalhados por tantos lugares mundo afora, aos colaboradores e a todos que compartilham conosco alguns momentos da vida e da arte, nossos votos de um ano de 2015 de muita saúde, paz, felicidade, solidariedade, sabedoria e amor!

UMA IMAGEM DO ANO



Cumbe, Aracati/CE. Resistência Popular. Padre Júlio, Ronaldo Gonzaga, João do Cumbe, Jocélia Ribeiro, Eliton Meneses, Irmã Alcilene e Irmã Anacleide, além de criança da comunidade. 13.12.2014.

FRASE DO MÊS



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

NARDO



Sinto o nardo de esperança
Se achegar em teu jardim,
Despedir atroz lembrança,
Pra zona do mar sem fim.

Céu co' nuvem de bonança
Trovejar qual bandolim;
Veio cheio de mudança
E orquestra de passarim.

Tempo novo, nova dança;
Ninho sobre o benjamim;
Na relva, corre a criança;
Verte o rio a água, enfim.

Com Deus se faz aliança;
Do barro nasce o capim;
Vai-se a era d'esquivança;
Chega o aroma de jasmim.

Eliton Meneses

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O ISLÃ PELO ISLÃ



O Islã é uma religião que emancipa a alma humana do culto de qualquer outro deus que não seja Alá;
O Islã é a religião da moderação, que não faz questão de monasticismo ou de celibato, nem de reprimir as paixões;
No Islã não há discriminação, nem distorções na aplicação de suas leis. Todos são iguais;
O Islã aceita o progresso da ciência, para além das crenças e dos cultos. Isso o torna adaptável a todas as épocas e a todos os lugares;
O Islã considera todas as pessoas iguais quanto à origem da criação, seja homem ou mulher, seja branco ou negro;
No Islã, o fiel estabelece uma relação direta com Alá, sem intermediários nem autoridades espirituais humanas. O muçulmano está ligado a seu Senhor por todas as coisas, em quaisquer situações e a todo momento;
O Islã é a religião da clareza. Não há coisas ambíguas nas quais se deve obrigatoriamente ter fé ou as quais não se pode questionar;
O Islã é uma religião que respeita a razão e o pensamento, incentivando a sua utilização em prol do bem da humanidade;
O Islã é uma religião na qual os pecados dos arrependidos são expiados por meio de boas ações, desde que sejam sinceras, qualquer que seja seu número ou sua gravidade;
O Islã respeita as religiões celestes precedentes, recomenda que se tenha fé nelas e que se ame seus mensageiros, sendo considerada como seu prolongamento. Os judeus, por exemplo, não reconhecem Jesus Cristo, e os cristãos não reconhecem o profeta Maomé, enquanto os muçulmanos reconhecem tanto Moisés quanto Jesus;
O Islã é religião de solidariedade social, que encaminha o muçulmano para a compaixão, a sensibilidade e a benevolência para com o outro, da mesma forma que o exorta a oferecer sua ajuda ao próximo;
O Islã estabeleceu o sistema de partilha sucessorial, determinando que cada um dos herdeiros recebessem igualmente o seu quinhão, tanto a criança quanto o adulto, tanto o homem quanto a mulher (...);

(La Clef Pour Comprendre l'Islam, Abdul-Rahman Al-Sheha, pp. 96/97) (Livre tradução)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

ALTOS E BAIXOS


EM ALTA

A exuberância das Cataratas do Iguaçu, uma das maravilhas naturais do planeta. Beleza que faz marejar até as retinas mais fatigadas...

EM BAIXA

A pobreza que desfila a olho nu do outro lado da fronteira. Do lado brasileiro, Foz do Iguaçu não deixa nada a desejar a qualquer cidade do primeiro mundo. Em Ciudad del Leste (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina), há muita desigualdade social, muito vendedor ambulante e muitas crianças numa luta insistente pela sobrevivência.

EM ALTA

O imenso potencial turístico da tríplice fronteira. As Cataratas do Iguaçu já pagariam a viagem, mas, no mesmo pacote, ainda se pode conhecer a Usina de Itaipu, fazer compras em Ciudad del Leste, comer um bife de chorizo regado a uma Quilmes em Puerto Iguazú, visitar o Parque das Aves, o Vale dos Dinossauros, uma Mesquita Muçulmana, um Templo Budista...

EM BAIXA

A irritante burocracia da Alfândega na fronteira, responsável por filas quilométricas a qualquer hora do dia ou da noite, tanto na Ponte da Amizade (entre o Brasil e o Paraguai), quanto na Ponte da Fraternidade (entre o Brasil e a Argentina). 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

FIM DA GUERRA FRIA



Depois de mais de cinco décadas de embargo, Cuba e Estados Unidos reatam relações diplomáticas, com a colaboração do primeiro presidente americano de origem negra e do primeiro papa latino-americano!
Eis o fim da Guerra Fria, com a vitória do oprimido! Viva la revolución!  

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

CORRIDA


Mudinho, Nonato e Neném saíram cedo de casa para a corrida. Os doze quilômetros da saída de Moraújo para a Matriz de Coreaú não seriam fáceis para atletas amadores, inexperientes e sem treinamento algum. O dia acabara de raiar quando os três amigos se acomodaram no caminhão que carregaria a turma da Palma para as Pedrinhas. Mudinho e Nonato estavam despertos e confiantes; Neném, ainda sonolento e taciturno. O jantar do dia anterior não lhe havia saciado a fome e o café-da-manhã... O café-da-manhã, Neném afirmara que não teve tempo de tomá-lo...  
Mudinho, surdo-mudo de nascença, não compreendeu os conselhos dos amigos e, dada a largada, saiu em desabalada carreira, na esperança de que manteria o ritmo no decorrer de todo o percurso. Neném imprimiu um ritmo forte no início da prova e Nonato, menos inexperiente, adotou um trote regular e cauteloso.    
A disparada de Mudinho foi tão impressionante que nem os curiosos de bicicleta que seguiam os corredores conseguiram acompanhá-lo. Muitos que o viram ao largar já o deram como vencedor da corrida. Mal sabiam que, antes mesmo de deixar Moraújo, Mudinho seria acometido por uma lancinante dor-de-veado que o obrigou a desistir precocemente da prova. Quando os curiosos o alcançaram, contorcendo-se num banco de praça, não conseguiram conter o riso. Mudinho não aguentara mais do que os primeiros 1.800 metros, mesmo com uma folha de mofumbo no cós do calção...
Neném diminuiu o ritmo, já cansado, depois do primeiro quilômetro e, muito antes da metade da prova, mal conseguia andar. Quando a vista ficou embaçada e as pernas trêmulas, resolveu acocorar-se numa moita na beira da pista e, depois de algum tempo de persistente agonia, quase inconsciente, gritou por socorro:
 Mudinho?! 
Neném estava tão fraco que alguns corredores nem escutaram os seus apelos. Somente Nonato, ao passar, deu fé do chamado débil do amigo e correu para acudi-lo. 
 O que foi, Neném?! 
 É a pilora! Hum...
Depois de uma leve convalescença, Neném seguiu para casa na garupa de uma motocicleta. Nonato também seguiu de carona, mas somente até certa altura do percurso. Com a organização precária do evento, Nonato, na penúltima curva, ultrapassados sem nenhum esforço quase todos os concorrentes, desceu da moto à sorrelfa e, com desembaraço, retomou seu trote confiante, que o conduziu para um festejado e não contestado terceiro lugar no pódio...